Estudo da 3 Tentos - TTEN3

Mais um breve estudo, essa tem chamado minha atenção a alguns meses, devido ao fato que passo frequentemente em frente a lavouras com placa dizendo "Aqui tem 3 Tentos" 😅, e também porque ela é recomendada pela carteira de ações da Nord, enfim, parece promissora, vamos conhecer um pouco mais.

Aviso: este texto é informativo/educacional e não constitui recomendação de investimento. Faça sua própria análise considerando perfil e objetivos. 

Quem é a 3tentos?

Fundada no Rio Grande do Sul, a 3tentos é uma empresa de agronegócio com um ecossistema completo que atende o produtor rural do planejamento da safra à comercialização dos grãos. Sua atuação se divide em três principais segmentos:

  • Insumos Agrícolas: Comercialização de sementes, fertilizantes e defensivos agrícolas.

  • Grãos: Compra, venda, armazenagem e logística de grãos, principalmente soja e milho.

  • Indústria: Produção de farelo de soja, óleo de soja e biodiesel.

Com uma forte presença na região Sul do Brasil, a 3tentos tem expandido suas operações para o Centro-Oeste, notadamente no Mato Grosso, um dos maiores celeiros agrícolas do mundo.

 

https://ri.3tentos.com.br/a-companhia/quem-somos/

Principais Acionistas: A companhia tem um forte controle familiar, com os fundadores e suas famílias detendo a maior parte das ações. Os principais acionistas individuais são Luiz Osório Dumoncel e João Marcelo Dumoncel, o que confere à gestão um alinhamento de interesses de longo prazo com os demais investidores. 

O FREE FLOAT é baixo, apenas 22,5%, mas é listada no Novo Mercado.

 

 


 

A empresa possui em sua página um histórico mais longo do lucro e margens, onde fica perceptível o forte crescimento após abertura de capital.

https://ri.3tentos.com.br/servicos-de-ri/porque-investir-na-3tentos-2/

Endividamento e Saúde Financeira

A 3tentos apresenta um nível de endividamento considerado saudável e bem gerenciado. A relação entre a dívida líquida e o EBITDA tem se mantido em patamares confortáveis, o que confere à empresa flexibilidade financeira para continuar seus projetos de expansão sem comprometer sua saúde financeira. A maior parte da dívida da companhia está atrelada a linhas de financiamento voltadas para o agronegócio, com custos e prazos adequados ao ciclo do setor.

"A Companhia encerrou o 2T25 com dívida líquida de R$1.806,2 milhões, um aumento de
R$1.581,5 milhões em relação ao 4T24. Esta variação está relacionada principalmente aos
investimentos (i) da nova indústria de etanol; (ii) na modernização das indústrias de
processamento de soja; e (iii) necessidade de capital de giro para suportar as expansões
industriais com a formação de estoque de soja." Release 2T25.

Insiders 

Olhando no site fundamentus, na parte dos Insiders, vi que há remuneração dos controladores com opções de ações, que são exercidas a preços muito baixos, próximo de 2 reais, conforme prints destacados, isso é bom pra incentivar a diretoria a trabalhar mais, mas considerando que é uma empresa familiar, acho que estão usando isso pra enriquecer ao invés de motivar, não sei se considero isso bom.

https://www.fundamentus.com.br/insiders.php?papel=TTEN3&tipo=1

 Comparando com outras empresas do setor de Agricultura

Os números da empresa são bons, mas não chega a ser aquela coisa maravilhosa, tem margem um pouco apertada pro meu gosto, olhando para o restante do setor até se destaca em alguns pontos. Como é uma empresa listada a poucos anos, de pequeno porte, tenho a impressão de que ainda passa despercebida e pode ser uma boa para nós pequenos investidores, tentar garimpar alguma assimetria, mas ao mesmo tempo tem risco maior pelos mesmos motivos. Eu tenho a JALL3 na minha lista de estudo porque um tempo atrás ela estava em situação semelhante, e recentemente os resultados dela vieram péssimos.

Achei o P/L interessante comparando com outras do setor, também o ROE e crescimento recente.
A margem eu gostaria que fosse maior, assim como o DY, olhando apenas números talvez AGRO3 fosse melhor, tem que estudar mais, SLCE3 e SOJA3 também tem alguns números interessante.

Riscos 

O setor Agronegócio brasileiro tem muito potencial, mas sofre devido a diversos fatores de risco, o clima e os preços das commodities são os principais no meu ponto de vista, então não podemos esperar ver empresas redondinhas que sempre vão dar lucro neste setor, é bem possível que tenham alguns prejuízos em algum momento da história.

Ainda temos outros riscos, como vimos recentemente o tarifaço do Trump, teve produtores de laranjas que falaram em nem colher o produto pois não teria pra quem vender, por fim o governo parece que vai tentar ajudar, mas ainda há muitas variáveis.

Em resumo:

  •  Volatilidade das Commodities: Os preços da soja, do milho, do farelo e do óleo de soja são definidos pelo mercado global e podem flutuar significativamente.
  •  Políticas Agrícolas: Alterações em políticas de crédito rural, subsídios ou regras de exportação podem influenciar o ambiente de negócios e a capacidade de investimento dos produtores rurais, clientes da 3tentos.
  •  Mandato do Biodiesel: Uma parte relevante da receita industrial da 3tentos vem da produção de biodiesel. O governo brasileiro define o percentual obrigatório de mistura de biodiesel ao diesel (mandato). Decisões de adiar ou reduzir o aumento progressivo desse mandato, como já ocorreram, podem impactar negativamente a demanda pelo produto e, consequentemente, os resultados da empresa.
  • Taxa de Câmbio: Como o preço das commodities é dolarizado, a variação do dólar frente ao real impacta diretamente as receitas e os custos da companhia. Um dólar mais fraco pode reduzir a receita de exportação, enquanto um dólar mais forte pode encarecer os insumos importados.
  •  Concentração Geográfica: Apesar da expansão para o Mato Grosso, a empresa ainda possui uma concentração relevante de suas operações no Rio Grande do Sul. Isso a torna mais vulnerável a problemas climáticos específicos que afetem a safra no estado.
  •  Eventos Climáticos Extremos: Secas, enchentes, geadas ou fenômenos como La Niña e El Niño podem impactar severamente a produtividade das lavouras. Uma quebra de safra no Rio Grande do Sul ou no Mato Grosso pode impactar os resultados.

Últimos Resultados

No release 2t25, empresa teve aumento de 127% no lucro líquido, comparativo trimestral, e aumento de 73% no comparativo semestral, tudo indica que o ano vai ser bom, até a margem melhorou.


 

Preço Justo e Perspectivas Futuras: Onde a TTEN3 Pode Chegar?

Calcular um "preço justo" para uma ação é sempre um desafio, e o ideal é analisar uma faixa de valores com base em diferentes metodologias.

Análise de Múltiplos: Comparada a seus pares no setor de agronegócio, a 3tentos negocia a múltiplos (como Preço/Lucro e EV/EBITDA) que, em alguns momentos, podem parecer esticados. No entanto, o prêmio pode ser justificado pelo seu histórico de crescimento e pela qualidade de sua gestão.

Consenso de Mercado: Analistas de mercado que cobrem a TTEN3 majoritariamente possuem uma visão otimista para o papel, com preços alvo que, em sua maioria, apontam para um potencial de valorização em relação à cotação atual.

Perspectivas Futuras: O futuro da 3tentos parece promissor, ancorado em um ambicioso plano de investimentos de R$ 2 bilhões até 2030. Os principais vetores de crescimento incluem:

  • Expansão Geográfica: Abertura de novas lojas e centros de distribuição, com foco na consolidação da presença no Mato Grosso.

  • Aumento da Capacidade Industrial: Investimentos na ampliação da capacidade de processamento de soja e milho, além da produção de biodiesel e etanol de milho.

  • Logística: Aprimoramento da infraestrutura logística para otimizar o escoamento da produção.

  • Inovação e Tecnologia: Investimentos em agricultura digital e soluções que aumentem a produtividade no campo.

Os riscos para a tese de investimento estão concentrados em fatores macroeconômicos, como a variação cambial e dos preços das commodities, além de questões climáticas que podem impactar as safras.

Conclusão: Uma Semente de Valor na sua Carteira?

A 3tentos se apresenta como uma empresa sólida, com um modelo de negócios comprovado e um caminho claro para o crescimento. Seu foco na verticalização, a gestão experiente e o alinhamento de interesses dos controladores são pontos fortes que a destacam no setor.

Para o investidor de longo prazo que busca exposição ao agronegócio brasileiro, a TTEN3 é, sem dúvida, um ativo a ser considerado. No entanto, é fundamental que o investidor faça sua própria análise e pondere os riscos inerentes ao setor antes de tomar qualquer decisão de investimento. O acompanhamento próximo dos resultados trimestrais e da execução do plano de expansão da companhia será crucial para validar a tese de investimento ao longo do tempo.

No momento sigo apenas estudando, sem ter posição na minha carteira, mas quem sabe em breve eu adicione essa sementinha. 

Abraços!

Estudo da Cemig - CMIG4 CMIG3

Olá, vamos para mais um breve estudo de empresas da bolsa brasileira.
Só pra lembrar, nada neste blog é recomendação de investimento, agora seguimos. 

Meu Breve Resumo da CEMIG

A CEMIG é uma empresa do setor de energia elétrica, tendo como acionista majoritário o Estado de Minas Gerais, pelo menos na data de hoje, 07/08/2025, pois há conversas de privatização ou venda para União. 

Atua em todos subsetores de energia, Geração e Transmissão, Distribuição, Comercialização, ainda possui a Gasmig (gás natural) e participação de 21,7% nas ações da Taesa, uma das vacas leiteiras da bolsa, apesar que as margens dela vem caindo, assunto pra outro estudo.

Está negociada no mercado com múltiplos que me atraem, ROE de 25%, margem líquida de 17%, um P/L de apenas 4,31, DY de 18,37%, deve ter um não recorrente aí, mas olhando o histórico recente, o mínimo foi 4% em 2020, então na média fica um bom DY. 

https://investidor10.com.br/acoes/cmig4/

Dei uma pesquisada rápida sobre não recorrentes, pois comparando aos pares achei alguns números muito altos, e encontrei, print do que encontrei:

 

Release de Resultados 4T24 

Release 3T24 - Colocaram no início que o Recorrente teria uma queda

Crescimento de R$436,6% no lucro da Cemig GT que totalizou R$2,63 bilhões no 3T24, em função de:
• Conclusão da venda Aliança com efeito no lucro de R$1.120,8 milhões, sendo R$1.082,7 milhões de
ganho de capital e R$38,2 milhões de reversão de provisão
• Reconhecimento dos efeitos positivos da revisão tarifária de transmissão no valor de R$1.033,6 milhões,
em virtude, principalmente, dos investimentos realizados no ciclo e reavaliação pelo banco de preços

Bom, parece que o principal não recorrente seriam estes, e sem isso, os indicadores não estariam tão bons, o P/L estaria perto de 6, ROE também cairia, e provavelmente não teriam pago tantos dividendos.

Como a maioria das estatais, ela costuma estar "barata", pelo risco de gestores despreparados ou uso para campanha eleitoral etc, e também temos órgãos reguladores, como no caso das elétricas a ANEEL, que limita o preço e reajustes tarifários que as distribuidoras podem fazer, então neste caso, tanto faz ser estatal ou não, o governo vai interferir, para o benefício da população. Esses fatores acabam precificados, deixando o retorno mais atraente, pra condizer com o risco.

Olhando apenas o lucro líquido, ele vem crescendo forte desde 2018, passando por algumas quedas em 2020 e 2022, e nos trimestres mais recentes também tivemos quedas, semana que vem a empresa apresenta relatório do 2T25, vamos ver. 

https://www.fundamentus.com.br/graficos.php?papel=CMIG4&tipo=2

 Podem clicar nos links do Fundamentus e do investidor10, tem muito mais informações lá, e dependendo de quando estiver lendo isso, as informações lá estarão mais atualizadas.

 Os principais riscos da empresa são:

  • risco Político e de Governança, especialmente em períodos eleitorais, 
  • risco Regulatório, de acordo com as mudanças da ANEEL; 
  • risco Hidrológico, falta de chuvas afeta a geração das hidrelétricas;
  • risco de Mercado, os preços de energia podem mudar, como visto no 1T25;
  • risco de Execução, a empresa tem grandes projetos a serem executados e atrasos, estouros de orçamento podem comprometer os resultados.

 Calculo do Preço Justo

Terceirizei essa conta para IAs, segundo o Gemini o preço justo estaria próximo dos 14 reais, já o chatGPT foi mais preguiçoso e buscou na internet relatórios.


Considerando essas informações, parece que há uma margem de segurança de no mínimo 7% e no máximo 40% até o preço justo da ação, considerando o preço de hoje, R$ 10,62.

 

https://www.oceans14.com.br/acoes/cemig/cmig/balanco-dividendos

A cotação vs lucro também está bem em linha, interessante mostrar neste gráfico do Oceans14 que no passado distante a empresa chegou a ter prejuízos. Além disso, passou por muitos anos com lucro lateral, e também muitos anos em queda, apenas no período mais recente que a alta foi constante, vida dura pro investidor de longo prazo, ser sócio 20 anos e o lucro parado, eu estou 5 anos vendo o lucro da Ambev lateral e já pensei em vender diversas vezes.

Futuro da Empresa

O setor de energia está passando por várias mudanças, novas fontes de energia, novas leis, novas demandas, o que requer muitos investimentos e boa gestão para que a empresa possa seguir firme e forte, mas uma coisa tenho certeza, cada vez será necessário mais energia, seja por causa das IA, carros elétricos ou outras coisas que surgirem, então este setor vai crescer.

Fonte: Pesquisas do Gemini

Talvez as empresas menos endividadas vão conseguir captar mais recursos pra enfrentar estas mudanças, a dívida da Cemig é bem gerida e ela tem capacidade pra aumentar mais se necessário, conta com bom rating, então parece ser viável estes investimentos, mas talvez reduza o dividendo. 

Minha conclusão? Parece uma empresa muito boa, considerando o histórico recente, e se for privatizada reduz o risco de interferência política, podendo destravar valor, então devido algumas incertezas, no momento é uma aposta, mas de qualquer forma, é uma aposta relativamente segura considerando o setor.

 

Abraços! 

Simulações de Investimentos: SELIC x PGBL x VGBL x IPCA

Olá!

Continuando os estudos sobre previdência privada, parti para criação de planilhas e simulações pra tentar entender melhor se vale a pena investir nisso ou não, e a conclusão é que o PGBL faz sentido para mim, considerando que meu objetivo seria pagar menos imposto de renda no curto prazo, mas tem um detalhe que acabei vendo no final que pode adiar esse investimento.

Vou resumir minha planilha na imagem abaixo:

 



Como podem ver, na comparação de planos de previdência privada com investimento em tesouro SELIC, o PGBL, quando reinvestido o valor do benefício fiscal (redução do imposto de renda) acaba por ser a melhor escolha, mesmo pagando taxa de 0,5% ao ano. 

Em segundo lugar veio o investimento na taxa SELIC, nas minhas simulações o PGBL, sem considerar as deduções do imposto, é o pior, o segundo pior VGBL. 

Os parâmetros da simulação foram:

  •  240 aportes mensais de R$ 1.000,00, e deixei mais 10 anos rendendo sem novos aportes, para garantir a menor alíquota de imposto na previdência. 
  •  A taxa SELIC rendendo 6% ao ano, ou seja, todas aplicações vão render isso, descontando taxas de custódia ou administração. 

 

Planilha do investimento em tesouro SELIC


Considerei taxa de administração de 0,5% nas previdências, um pouco abaixo da média do mercado, mas ainda muito superior ao custo do tesouro SELIC, onde temos apenas taxa de custódia de 0,2% ao ano. Essa é a principal diferença, além da questão tributária. 

 

PGBL

Considerei uma renda tributável anual de 100 mil reais, aportando o máximo, 12%, 12 mil por ano, reduz a base de cálculo para 88, o que pelas minhas contas reduziria o imposto de renda a pagar em R$ 3.300,00, então, nos primeiros 20 anos onde seriam feitos os aportes, teria esse dinheiro para reinvestir. 

Na minha planilha considerei o investimento em SELIC e calculei apenas um IR de 15% no final, não fiz a troca a cada 60 meses... então não está bem correto, depois nas IA eu mandei aplicar em poupança que é isenta pra facilitar.

VGBL

Conclusão parcial olhando as planilhas

Bom, explicado tudo que fiz, a minha conclusão parcial é que sim, vale a pena investir na previdência, principalmente se comparando com o tesouro SELIC, e se conseguir uma com taxa ZERO, que é a que eu estou cogitando investir, no fundo CNPJ 29.078.039/0001-03, vale ainda mais a pena, pensando nesse prazo de 30 anos.

Tirando a prova com chatGPT 

Comparei os meus resultados com as famosas Inteligências Artificiais, o prompt no chatGPT:

Comparação de investimento, considere os seguintes parâmetros gerais: 
- Aplicação mensal de 1000 reais durante 20 anos; 
- Taxa SELIC com Rendimento de 6% ao ano; 
- Inflação em 4% ao ano; 
- Passados os 20 anos de aportes, mantém o dinheiro aplicado por mais 10 anos sem novos aportes. 

Investimento 1: Investimento em Tesouro SELIC 
 - Rende a taxa SELIC; 
 - A cada 60 meses há necessidade de resgatar e investir em um novo título, pagando 15% de imposto de renda sobre o lucro; 
 - Possui taxa de custódia de 0,20% ao ano; 

Investimento 2: Previdência Privada VGBL 
 - Paga imposto de 10% sobre o lucro no final; 
 - Possui taxa de administração de 0,50% ao ano; 

Investimento 3: Previdência Privada PGBL 
- Paga imposto de 10% sobre todo dinheiro no final; 
- Possui taxa de administração de 0,50% ao ano; 
- Restitui R$ 3300,00 anualmente do imposto de renda, valor aplicado em poupança, somado junto no resultado final. 

Investimento 4: Tesouro IPCA + 6% 
- Paga imposto de 15% no vencimento sobre o lucro; 
- Rende IPCA + 6%; 
- Taxa de custódia de 0,20% ao ano. 

Resultado encontrado pelo chatGPT: 

Segue a simulação comparativa dos investimentos após 30 anos (20 anos de aportes + 10 anos sem novos aportes):

InvestimentoValor Final (R$)
Tesouro SELICR$ 654.259
Previdência VGBLR$ 618.424
Previdência PGBLR$ 754.206
Tesouro IPCA+6%R$ 1.435.196

Observações:

  • O Tesouro IPCA+6% teve o melhor desempenho absoluto devido à rentabilidade real superior.

  • O PGBL teve vantagem sobre o VGBL e o Tesouro SELIC graças à restituição anual de R$ 3.300, mesmo com imposto sobre o montante total no resgate.

  • O Tesouro SELIC superou o VGBL, apesar da necessidade de resgates a cada 60 meses e custódia, pois o VGBL teve taxa de administração maior e imposto final sobre o lucro.

Notem que eu adicionei um investimento extra nessa pergunta ao chat, IPCA+6%, que eu não considerei nas minhas planilhas, e que acabou por ser o grande vencedor considerando estes parâmetros simulados, talvez eu devesse ter usado SELIC maior? 

Com certeza, no final eu mostro resultados aumentando o parâmetro da taxa SELIC para 8% e colocando um IPCA+4%, que seria bem conservador considerando o cenário atual, onde temos SELIC a 15% e títulos pagando IPCA+8%, parece que essa é a oportunidade da vida mesmo, mas de qualquer forma, segue o primeiro resultado com parâmetros iguais para fins de comparação.

Houve grandes diferenças nos valores finais, mas a ordem de melhor pra pior se manteve, PGBL > SELIC > VGBL, sem considerar o IPCA+ que superou com muita margem um investimento em SELIC (6%), então, eu devo ter me equivocado ao usar esses parâmetros.

Tirando a prova com Google Gemini 

A terceira opinião, Gemini, usando praticamente o mesmo prompt, vou postar algumas imagens ilustrativas e deixar o textão pro final.





 


No Gemini o tesouro SELIC acabou perdendo para todos, aqui o resultado divergiu das simulações anteriores, a explicação pode ser vista no texto abaixo.

Princípios Fundamentais: A Mecânica do Crescimento a Longo Prazo


Esta seção estabelece o arcabouço matemático e econômico para toda a análise, garantindo a compreensão do "como" e do "porquê" por trás dos números. A precisão nos cálculos de longo prazo depende da aplicação correta dos conceitos de juros compostos e da conversão adequada das taxas para os períodos de capitalização.


Parâmetros Centrais da Simulação


A análise baseia-se em um conjunto de premissas fixas que definem o cenário base. A funcionalidade da planilha que acompanha este relatório permitirá a modificação destes parâmetros para novas simulações.

  • Contribuição Mensal (PMT): R$ 1.000,00

  • Período de Acumulação (n1): 20 anos (240 meses)

  • Período de Crescimento (n2): 10 anos (120 meses)

  • Taxa SELIC (Anual): 6,00%

  • Taxa de Inflação (IPCA, Anual): 4,00%


O Passo Crítico: Conversão de Taxas Anuais para Mensais Equivalentes


Para que os cálculos de juros compostos sejam precisos, as taxas de juros anuais devem ser convertidas em suas taxas mensais efetivas equivalentes. Uma simples divisão da taxa anual por 12 resultaria em um erro, pois não considera o efeito da capitalização mensal. A fórmula correta para a conversão é 1:

Taxa Mensal=(1+Taxa Anual)121​−1

Aplicando esta fórmula aos parâmetros da simulação:

  • Taxa SELIC Mensal: (1+0,06)121​−1≈0,4868%

  • Taxa de Inflação (IPCA) Mensal: (1+0,04)121​−1≈0,3274%

Essas taxas mensais são as que serão utilizadas em todos os cálculos subsequentes para garantir a precisão da capitalização.


A Matemática da Capitalização: Os Dois Motores do Crescimento


O plano de 30 anos é dividido em duas fases distintas, cada uma exigindo uma abordagem matemática específica para o cálculo do valor futuro.2

  • Fase 1 (Anos 1-20): Valor Futuro de uma Anuidade. Esta fase envolve pagamentos periódicos e constantes (as contribuições mensais). O crescimento do capital é calculado usando a fórmula do Valor Futuro de uma Anuidade.2 A fórmula matemática é:
    VF=PMT×[i(1+i)n−1​]×(1+i)
    Onde VF é o Valor Futuro, PMT é o pagamento periódico, i é a taxa de juros mensal e n é o número de períodos. O termo adicional (1+i) é incluído porque as contribuições são feitas no início de cada período (anuidade antecipada), o que é uma premissa mais precisa para um investidor disciplinado.4 Em planilhas como Excel ou Google Sheets, isso é implementado usando a função
    VF (FV em inglês), com o argumento tipo definido como 1.6 A sintaxe é
    VF(taxa; nper; pgto; [vp]; tipo=1).

  • Fase 2 (Anos 21-30): Valor Futuro de um Montante Único. Após o término das contribuições, o montante total acumulado na Fase 1 continua a render juros como um capital único. O crescimento nesta fase é calculado pela fórmula do Valor Futuro de um Montante Único 9:
    VF=VP×(1+i)n
    Onde VP (Valor Presente) para esta fase é o Valor Futuro final da Fase 1.

A aplicação correta dessas duas fórmulas em sequência é fundamental para modelar com precisão a trajetória de 30 anos do investimento.


A Não Linearidade das Taxas e Impostos


Um erro comum na avaliação de investimentos é subtrair as taxas e impostos do retorno final. Esta abordagem é matematicamente incorreta e subestima grosseiramente o impacto real desses custos. As taxas e os impostos não são um evento único; eles representam um "arrasto" recorrente sobre a base de capital que, de outra forma, estaria se compondo. Esse "arrasto de composição" tem um impacto negativo desproporcionalmente grande em horizontes de tempo longos.

O momento em que uma taxa ou imposto é pago é tão crucial quanto a sua alíquota nominal. Um imposto pago no meio do período de investimento, por exemplo, remove permanentemente o capital do motor de composição. O investidor perde não apenas o valor do imposto, mas também todos os ganhos futuros que esse capital teria gerado. Em contraste, um imposto pago apenas no final do período permite que o montante total, não tributado, se componha durante toda a vigência do investimento. Esta distinção fundamental entre tributação periódica e tributação diferida é um dos principais fatores que determinarão o desempenho relativo das estratégias analisadas neste relatório.


Investimento 1 - Tesouro SELIC


Esta seção disseca a estratégia do Tesouro SELIC, focando no efeito único e prejudicial do ciclo de reinvestimento forçado a cada 60 meses, conforme especificado nos parâmetros da consulta.


Estrutura de Rendimento e Taxas


  • Rendimento Bruto: O rendimento deste título está diretamente atrelado à variação da taxa SELIC, fixada em 6,00% ao ano para esta simulação.12

  • Taxa de Custódia: A B3 cobra uma taxa de custódia de 0,20% ao ano sobre o valor total investido em títulos do Tesouro Direto.12 Esta taxa é um custo direto que reduz a rentabilidade efetiva.

  • Cálculo do Rendimento Anual Líquido (antes do IR): A forma correta de aplicar a taxa de custódia é de forma multiplicativa, não subtrativa, para refletir seu impacto sobre a base de capital. O rendimento líquido anual é calculado como:$$\text{Rendimento Líquido} = (1 + \text{Rendimento Bruto}) \times (1 - \text{Taxa de Custódia}) - 1 $$ $$ \text{Rendimento Líquido} = (1 + 0,06) \times (1 - 0,0020) - 1 \approx 5,788\% \text{ a.a.}$$

  • Isenção da Taxa de Custódia: É importante notar que existe uma isenção da taxa de custódia para os primeiros R$ 10.000,00 investidos no Tesouro SELIC.12 No entanto, com aportes mensais de R$ 1.000,00, este limite é ultrapassado no décimo mês de investimento. Portanto, para uma simulação de 30 anos, o impacto desta isenção é marginal e a taxa de 0,20% a.a. será aplicada sobre a quase totalidade do montante na maior parte do tempo.


O "Arrasto Fiscal": Modelando o Reinvestimento Forçado a cada 60 Meses


A característica mais impactante deste cenário de investimento é a regra definida pelo usuário de resgatar e reinvestir o capital a cada 5 anos (60 meses).

  • O Gatilho da Tributação: Cada resgate quinquenal constitui um evento de liquidação que aciona a cobrança do Imposto de Renda (IR).12

  • Alíquota do Imposto de Renda: Como o período de manutenção do investimento em cada ciclo de 5 anos é superior a 720 dias (2 anos), a alíquota de IR aplicável é a mínima da tabela regressiva, de 15%.16

  • Base de Cálculo: O imposto de 15% incide sobre o lucro (rendimento) acumulado durante aquele período de 5 anos.16

Este ciclo de tributação periódica transforma o Tesouro SELIC, um ativo que poderia ser de "comprar e manter", em uma estratégia com uma interrupção de composição recorrente e significativa. O imposto pago a cada 5 anos é um capital que é permanentemente removido da carteira, incapaz de gerar rendimentos futuros.


Quantificando o "Arrasto Fiscal" como uma Interrupção da Composição


O reinvestimento forçado a cada 5 anos introduz uma ineficiência estrutural para o investidor de longo prazo. Este "arrasto fiscal" representa uma perda permanente de capital que não pode mais se compor, atrofiando severamente o crescimento em comparação com uma alternativa verdadeiramente diferida de impostos.

O processo pode ser visualizado da seguinte forma: ao final do ano 5, um lucro é calculado. Digamos que o lucro seja de R$ 10.000,00. Um imposto de 15%, ou R$ 1.500,00, é pago. Este valor é retirado do montante total do investimento. Para os próximos 25 anos do plano, o investidor não apenas perdeu os R$ 1.500,00, mas também perdeu todos os juros compostos que esses R$ 1.500,00 teriam gerado. Este processo de "vazamento" de capital se repete nos anos 10, 15, 20, 25 e no resgate final no ano 30. Cada pagamento de imposto atua como um freio, reiniciando o crescimento a partir de uma base de capital menor. A tabela de projeção abaixo irá quantificar e visualizar o custo exato desta estrutura ineficiente.

Projeção de Desempenho - Tesouro SELIC (30 Anos)


A tabela a seguir detalha a projeção ano a ano, evidenciando o impacto das taxas e dos eventos fiscais periódicos.

Ano

Saldo Inicial (R$)

Aportes Anuais (R$)

Rend. Bruto Anual (R$)

Taxa de Custódia (R$)

Lucro do Período (R$)

IR Pago (15%) (R$)

Saldo Final (R$)

1

0,00

12.000,00

382,21

24,76

-

-

12.357,45

2

12.357,45

12.000,00

1.107,31

49,93

-

-

25.414,83

3

25.414,83

12.000,00

1.884,98

76,80

-

-

39.223,01

4

39.223,01

12.000,00

2.718,34

104,88

-

-

53.836,47

5

53.836,47

12.000,00

3.610,68

134,90

9.563,77

1.434,57

67.877,69

...

...

...

...

...

...

...

...

20

385.698,06

12.000,00

23.400,24

818,20

100.320,83

15.048,12

405.231,97

21

405.231,97

0,00

23.447,23

857,36

-

-

427.821,84

...

...

...

...

...

...

...

...

25

495.211,26

0,00

28.705,82

1.047,83

118.067,61

17.710,14

505.169,09

...

...

...

...

...

...

...

...

30

616.591,89

0,00

35.719,92

1.304,62

146.543,29

21.981,49

629.025,69

Nota: A tabela apresenta valores exemplificativos para demonstrar a estrutura. Os cálculos completos estão na planilha anexa. O "Lucro do Período" é calculado ao final de cada ciclo de 5 anos e o "IR Pago" é deduzido do saldo.

A tabela ilustra visualmente o crescimento "aos solavancos" causado pelo arrasto fiscal. O saldo cresce por quatro anos e depois sofre uma queda no quinto ano, quando os impostos são pagos, antes de retomar o crescimento a partir de uma base de capital reduzida.


Investimento 2 - Previdência Privada VGBL


Esta seção analisa o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), destacando sua estrutura como um veículo clássico de crescimento com diferimento fiscal, e o contraponto de suas taxas de administração mais elevadas.


Estrutura de Rendimento e Taxas


  • Rendimento Bruto: Para permitir uma comparação direta e justa, o modelo assume que o fundo de previdência subjacente rende a mesma taxa SELIC de 6,00% ao ano. Na prática, a rentabilidade de um plano de previdência varia conforme os ativos em sua carteira.

  • Taxa de Administração: É especificada uma taxa de administração de 0,50% ao ano. Este é um custo significativo e recorrente, modelado como uma dedução anual direta da base de capital. Esta taxa é 2,5 vezes maior que a taxa de custódia do Tesouro Direto (0,50% vs. 0,20%), um ponto-chave de comparação.

  • Cálculo do Rendimento Anual Líquido:
    Rendimento Lıˊquido=(1+0,06)×(1−0,0050)−1≈5,47% a.a.


O Poder do Diferimento Fiscal


O principal benefício estrutural de um plano de previdência como o VGBL é o diferimento fiscal.

  • Mecanismo Central: Ao contrário do cenário do Tesouro SELIC analisado anteriormente, nenhum imposto é pago durante os 30 anos de acumulação e crescimento. Os aportes, os rendimentos e os rendimentos sobre os rendimentos podem se compor de forma ininterrupta, maximizando o efeito dos juros compostos.

  • A Troca: O preço pago por este poderoso benefício é a taxa de administração anual mais alta (0,50% vs. 0,20% do Tesouro). A análise central deste investimento é determinar se o benefício do diferimento fiscal supera o custo recorrente mais elevado ao longo de um horizonte de 30 anos.


Modelo de Tributação Final


A tributação ocorre apenas em um único momento: no resgate final do plano, após 30 anos.

  • Base de Cálculo: Para um VGBL, o Imposto de Renda incide apenas sobre os rendimentos (lucro) acumulados.18 O principal investido (total de aportes) é isento de imposto.

  • Alíquota do Imposto: O usuário especificou a tabela regressiva. Como o período de investimento é muito superior a 10 anos, a alíquota de imposto aplicável é a mais baixa possível, de 10%.21

  • Cálculo Final: Ao final do ano 30, os cálculos são:

  1. Lucro Total = Valor Bruto Final - Total de Aportes

  2. Imposto Devido = 10% × Lucro Total

  3. Valor Líquido Final = Valor Bruto Final - Imposto Devido


O Ponto de Equilíbrio entre o Arrasto da Taxa e o Diferimento Fiscal


O VGBL apresenta um conflito direto: um "arrasto" anual maior causado pela taxa de administração versus o benefício da composição ininterrupta com diferimento fiscal. A superioridade de um sobre o outro depende criticamente do horizonte de tempo e da magnitude da diferença de taxas.

A taxa de administração do VGBL é 0,30 pontos percentuais mais alta que a taxa de custódia do Tesouro SELIC. Este é um custo garantido que corrói o desempenho anualmente. Por outro lado, o "arrasto fiscal" do Tesouro SELIC é periódico, mas remove uma grande parcela do capital a cada 5 anos. Nos primeiros anos do investimento, o impacto da taxa de administração mais alta do VGBL pode ser mais perceptível. No entanto, à medida que o horizonte de tempo se alonga e o poder dos juros compostos se torna mais pronunciado, o benefício de evitar as grandes retiradas de impostos periódicas deve começar a dominar. A base de capital no VGBL cresce para um nível muito maior, e mesmo com uma taxa percentual mais alta sendo aplicada, o crescimento absoluto eventualmente supera o da alternativa tributada periodicamente. O horizonte de 30 anos é tempo mais do que suficiente para que o poder do diferimento fiscal supere o arrasto da taxa mais alta, e a diferença de desempenho entre o VGBL e o cenário do Tesouro SELIC deve se alargar drasticamente nos anos finais do plano.


Projeção de Desempenho - VGBL (30 Anos)


Esta tabela ilustra o efeito de composição suave e ininterrupto, ao mesmo tempo que mostra o impacto gradual da taxa de administração.

Ano

Saldo Inicial (R$)

Aportes Anuais (R$)

Rend. Bruto Anual (R$)

Taxa de Adm. (R$)

Saldo Final Bruto (R$)

1

0,00

12.000,00

379,98

61,90

12.318,08

2

12.318,08

12.000,00

1.096,96

122,08

25.292,97

3

25.292,97

12.000,00

1.864,88

186,79

38.971,06

4

38.971,06

12.000,00

2.686,95

255,79

53.402,22

5

53.402,22

12.000,00

3.566,54

329,84

68.638,91

...

...

...

...

...

...

20

380.088,88

12.000,00

23.013,10

2.025,51

413.076,47

21

413.076,47

0,00

22.602,28

2.178,39

433.500,35

...

...

...

...

...

...

30

664.086,13

0,00

36.331,12

3.502,09

696.915,16

Cálculo do Imposto Final:

  • Valor Bruto Final: R$ 696.915,16

  • Total de Aportes (20 anos): R$ 240.000,00

  • Lucro Total: R$ 696.915,16 - R$ 240.000,00 = R$ 456.915,16

  • Imposto Devido (10% sobre o lucro): R$ 45.691,52

  • Valor Líquido Final: R$ 696.915,16 - R$ 45.691,52 = R$ 651.223,64

Quando colocada ao lado da tabela do Tesouro SELIC, esta projeção oferece um contraste visual gritante, mostrando uma curva de crescimento suave e ascendente que torna o conceito de diferimento fiscal intuitivamente compreensível.


Investimento 3 - Previdência Privada PGBL


Esta seção requer uma análise de portfólio duplo mais complexa, pois a estratégia do Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) envolve um investimento principal e um investimento secundário financiado pelo benefício fiscal.


A Estrutura do PGBL: Um Sistema de Duas Partes


A avaliação correta do PGBL exige a modelagem de dois fluxos de caixa paralelos.

  • Portfólio A (PGBL Principal):

  • Aportes e Crescimento: Este portfólio segue uma trajetória idêntica à do VGBL antes dos impostos. Ele recebe R$ 1.000,00 em aportes mensais por 20 anos e cresce a uma taxa líquida de 5,47% a.a. (6,00% brutos menos 0,50% de taxa de administração).

  • Tributação Final - A Diferença Crítica: No resgate final, no ano 30, a alíquota de 10% do Imposto de Renda (tabela regressiva) incide sobre o valor total acumulado (principal + lucro), e não apenas sobre o lucro.18 Esta é uma desvantagem tributária fundamental em comparação com o VGBL.

  • Portfólio B (Poupança Auxiliar):

  • Fonte de Recursos: A estratégia PGBL permite que o investidor deduza suas contribuições anuais (até 12% de sua renda bruta tributável) de sua declaração de Imposto de Renda, se usar o modelo completo. O usuário especifica que isso gera uma restituição anual de R$ 3.300,00. Este valor é então investido anualmente em uma caderneta de poupança durante os primeiros 20 anos.

  • Rendimento da Poupança: A pesquisa indica que, com a taxa SELIC em 6,00% a.a. (abaixo do limiar de 8,5% a.a.), a poupança rende 70% da SELIC mais a Taxa Referencial (TR).24 Assumindo a TR como zero, uma simplificação comum e historicamente válida para períodos de juros baixos 27, o rendimento da poupança é de
    0,70 × 6,00% = 4,20% ao ano. Este rendimento é isento de Imposto de Renda.

  • Modelo de Crescimento: Este portfólio é modelado como uma anuidade por 20 anos (aporte anual de R$ 3.300,00), seguido por 10 anos de crescimento de montante único.


Cálculo do Patrimônio Líquido Final


O resultado final para a estratégia PGBL é a soma dos valores líquidos de ambos os portfólios: (Valor Líquido do Portfólio A) + (Valor Final do Portfólio B). Este valor combinado é o que deve ser comparado com as outras três estratégias de investimento.


O PGBL é uma Aposta na Superação do Benefício Fiscal Reinvestido sobre o Imposto Final Punitivo


A viabilidade da estratégia PGBL depende inteiramente de uma única questão: o patrimônio gerado pela restituição de imposto reinvestida (Portfólio B) pode crescer o suficiente para compensar o fato de que o investimento principal (Portfólio A) está sujeito a uma obrigação fiscal muito maior no final?

O fundo principal do PGBL (Portfólio A) terá o mesmo valor bruto que o VGBL antes dos impostos. No entanto, o imposto pago sobre o PGBL será significativamente maior. Usando o valor bruto final do VGBL como exemplo (R$ 696.915,16), o imposto do PGBL seria de 10% sobre este valor total, resultando em um imposto de R$ 69.691,52. Em comparação, o imposto do VGBL foi de R$ 45.691,52 (10% sobre o lucro). Isso representa uma desvantagem fiscal de R$ 24.000,00 para o PGBL.

A questão crucial, portanto, é se o Portfólio B (a conta poupança) valerá mais de R$ 24.000,00 no final dos 30 anos. Isso depende do tamanho da restituição anual (R$ 3.300,00), do número de anos em que é recebida (20) e, criticamente, da taxa de retorno do investimento secundário (4,20% a.a. para a poupança). A escolha do usuário de um veículo de baixo rendimento como a poupança torna menos provável que essa estratégia supere o VGBL, que é estruturalmente mais simples. A análise demonstra que o PGBL é uma jogada de arbitragem complexa, cuja eficácia é altamente sensível ao retorno do fundo secundário e só é aplicável a indivíduos que utilizam a "Declaração Completa" do IR.


Projeção de Desempenho - PGBL Combinado (30 Anos)


A tabela a seguir modela os dois fluxos de investimento paralelos para apresentar um resultado final consolidado e claro.

Parte 1: Portfólio PGBL Principal

  • A projeção de crescimento bruto é idêntica à do VGBL (Tabela 2).

  • Valor Bruto Final (Ano 30): R$ 696.915,16

  • Imposto Devido (10% sobre o total): R$ 69.691,52

  • Valor Líquido do Portfólio PGBL: R$ 696.915,16 - R$ 69.691,52 = R$ 627.223,64

Parte 2: Portfólio Poupança Auxiliar

Ano

Saldo Inicial (R$)

Aporte Anual (R$)

Rendimento (4,20%) (R$)

Saldo Final (R$)

1

0,00

3.300,00

138,60

3.438,60

2

3.438,60

3.300,00

283,02

7.021,62

...

...

...

...

...

20

96.941,61

3.300,00

4.210,15

104.451,76

21

104.451,76

0,00

4.386,97

108.838,73

...

...

...

...

...

30

151.789,96

0,00

6.375,18

158.165,14

Resumo Final da Estratégia PGBL:

  • Valor Líquido do Portfólio PGBL: R$ 627.223,64

  • Valor Final do Portfólio Poupança: R$ 158.165,14

  • Valor Total Combinado: R$ 627.223,64 + R$ 158.165,14 = R$ 785.388,78

Esta estrutura de tabela dupla é essencial para desmistificar a estratégia PGBL, tornando a troca entre o benefício fiscal e o imposto final explícita.

Investimento 4 - Tesouro IPCA+


Esta seção analisa o título do Tesouro Direto protegido contra a inflação, focando em sua garantia de retorno real e seu desempenho superior em cenários de juros nominais elevados.


Estrutura de Rendimento e Taxas


  • Rendimento Bruto: O Tesouro IPCA+ oferece um rendimento composto, formado por uma taxa de inflação (IPCA) e uma taxa de juros real prefixada. O rendimento nominal anual é calculado como:$$\text{Rendimento Nominal} = (1 + \text{IPCA}) \times (1 + \text{Taxa Real}) - 1 $$ $$ \text{Rendimento Nominal} = (1 + 0,04) \times (1 + 0,06) - 1 = 10,24\% \text{ a.a.}$$
    Este é o maior rendimento nominal entre todas as opções analisadas.

  • Taxa de Custódia: A mesma taxa de 0,20% a.a. do Tesouro SELIC é aplicada, cobrada pela B3.12

  • Cálculo do Rendimento Anual Líquido:
    Rendimento Lıˊquido=(1+0,1024)×(1−0,0020)−1≈10,015% a.a.


O Poder da Garantia de Retorno Real


  • Mecanismo Central: Este produto é projetado para proteger o poder de compra do investidor. Seu principal benefício é fornecer um retorno previsível acima da inflação, seja qual for o nível da inflação.29

  • Neste Cenário: Com um rendimento real de 6%, ele é estruturalmente desenhado para superar o rendimento real do Tesouro SELIC, que seria de aproximadamente Taxa SELIC - Taxa IPCA = 6% - 4% = 2%. Esta vantagem de rendimento real é a principal força motriz de seu desempenho.


Modelo de Tributação Final


  • Diferimento Fiscal: Semelhante ao VGBL, esta é uma estratégia de "comprar e manter" onde os impostos são diferidos por todo o período de 30 anos, permitindo a composição máxima.

  • Base de Cálculo: O Imposto de Renda incide sobre o lucro total (rendimento nominal) no final do período de 30 anos.

  • Alíquota do Imposto: Como o período de manutenção é superior a 720 dias, a alíquota de 15% da tabela regressiva se aplica.16 Esta alíquota é 50% maior do que a alíquota de 10% aplicada aos planos de previdência, um contraponto crucial.

  • Cálculo Final:

  1. Lucro Total = Valor Bruto Final - Total de Aportes

  2. Imposto Devido = 15% × Lucro Total

  3. Valor Líquido Final = Valor Bruto Final - Imposto Devido


A Troca entre Retorno Real Mais Alto e Alíquota de Imposto Final Mais Alta


O Tesouro IPCA+ apresenta um caso de investimento convincente com seu alto retorno real protegido da inflação. No entanto, ele enfrenta uma alíquota de imposto final mais alta (15%) em comparação com os planos de previdência (10%). A questão central é se a composição superior resultante do rendimento líquido muito mais alto pode superar este tratamento fiscal menos favorável na linha de chegada.

O rendimento líquido anual do Tesouro IPCA+ (aprox. 10,015%) é significativamente maior que o rendimento líquido dos planos de previdência (aprox. 5,47%). Essa diferença substancial na taxa de composição anual leva a uma acumulação bruta muito maior ao longo de 30 anos. No momento do resgate, o Tesouro IPCA+ é tributado a 15% sobre seu lucro, enquanto o VGBL é tributado a 10% sobre seu lucro.

A força da taxa de crescimento anual composta mais alta no Tesouro IPCA+ é tão avassaladora que é extremamente provável que produza um patrimônio líquido final muito maior, mesmo com uma alíquota de imposto 50% maior aplicada no final. A vantagem inicial do rendimento é simplesmente poderosa demais para ser superada pela diferença nas alíquotas de imposto final ao longo de um período tão longo.


Projeção de Desempenho - Tesouro IPCA+ (30 Anos)


Esta tabela demonstra o efeito poderoso de um alto rendimento nominal combinado com o diferimento fiscal.

Ano

Saldo Inicial (R$)

Aportes Anuais (R$)

Rend. Bruto Anual (R$)

Taxa de Custódia (R$)

Saldo Final Bruto (R$)

1

0,00

12.000,00

651,77

25,30

12.626,47

2

12.626,47

12.000,00

2.016,91

50,56

26.592,82

3

26.592,82

12.000,00

3.504,56

78,28

42.019,10

4

42.019,10

12.000,00

5.126,53

109,29

59.036,34

5

59.036,34

12.000,00

6.895,95

143,86

77.788,42

...

...

...

...

...

...

20

654.551,37

12.000,00

66.864,88

1.442,83

731.973,42

21

731.973,42

0,00

73.308,08

1.610,56

803.670,94

...

...

...

...

...

...

30

1.879.313,22

0,00

188.196,87

4.135,02

2.063.375,07

Cálculo do Imposto Final:

  • Valor Bruto Final: R$ 2.063.375,07

  • Total de Aportes (20 anos): R$ 240.000,00

  • Lucro Total: R$ 2.063.375,07 - R$ 240.000,00 = R$ 1.823.375,07

  • Imposto Devido (15% sobre o lucro): R$ 273.506,26

  • Valor Líquido Final: R$ 2.063.375,07 - R$ 273.506,26 = R$ 1.789.868,81

A tabela exibe a curva de crescimento mais agressiva entre todas as quatro opções, fornecendo uma evidência clara do impacto de um retorno base mais alto na composição de longo prazo.


Comparativo Mestre de Desempenho (30 Anos)


Esta tabela resume os resultados da simulação de 30 anos, fornecendo uma visão geral para a tomada de decisão.

Indicador

Tesouro SELIC (com reinvest.)

VGBL

PGBL (Combinado)

Tesouro IPCA+

Valor Total Aportado

R$ 240.000,00

R$ 240.000,00

R$ 306.000,00

R$ 240.000,00

Valor Bruto Final

R$ 684.198,32

R$ 696.915,16

R$ 855.080,30

R$ 2.063.375,07

Total de Taxas Pagas

R$ 29.809,14

R$ 45.691,52

R$ 45.691,52

R$ 33.506,26

Total de Impostos Pagos

R$ 95.363,50

R$ 45.691,52

R$ 69.691,52

R$ 273.506,26

Valor Líquido Nominal Final

R$ 629.025,69

R$ 651.223,64

R$ 785.388,78

R$ 1.789.868,81

Valor Real Final (Corrigido)

R$ 189.581,61

R$ 196.269,06

R$ 236.680,82

R$ 539.387,17

Nota: O Valor Total Aportado para o PGBL inclui os R$ 240.000,00 no plano principal e R$ 66.000,00 (R$ 3.300 x 20 anos) na poupança. O Valor Real Final é o valor líquido nominal descontado pela inflação acumulada de 4% a.a. ao longo dos 30 anos (fator de desconto de 1 / (1.04^30)).


Novas simulações com Gemini, testando outros parâmetros

Agora, como visto os parâmetros usados não foram muito realistas, então pedi pro Gemini refazer o estudo considerando uma taxa SELIC de 9% ao ano:

 

O IPCA+6% ainda leva vantagem, realmente isso acabou por se tornar o santo graal da renda fixa.

Solicitei nova simulação para o Gemini, considerando SELIC em 8% e o título IPCA+ rendendo IPCA+4%, agora sim mudou:

 


 Como vocês podem ver, o PGBL acabou sendo o campeão nesse cenário, então eu poderia considerar investir em PGBL apenas quando os títulos IPCA+ estiverem pagando menos de IPCA+4%. 

Pra concluir, fiz mais uma simulação com SELIC a 8%, Tesouro IPCA+ rendendo IPCA+6% e taxa de administração zero para os planos de previdência (VGBL e PGBL), o que é uma possibilidade hoje.

 

De alguma forma o VGBL com taxa zero ainda conseguiu perder para o investimento em tesouro SELIC, onde tem 0,20% ao ano de taxa e paga mais imposto de renda, o que me leva a desconfiar destes resultados, acredito que o Gemini cometeu algum erro. Ainda assim o IPCA+6% ganhou do PGBL, realmente é difícil competir. 

Voltei pra minha planilha, coloquei SELIC em 8% e zerei taxas de administração, o meu resultado foi o seguinte:


O tesouro Selic perdeu pra todos, o que me leva a crer que no longo prazo é vantagem você investir em um PGBL/VGBL com taxa zero. Também testei com taxa de 0,20% pra ficar igual a taxa de custódia do tesouro SELIC e a previdência ganha devido ao imposto menor, considerando 10% no final.

Isso só se aplica nessa simulação de investimento de longo prazo, deixando os aportes todos com mais de 10 anos. Para prazos menores teria que fazer contas pra cada aporte. 

Se quiserem que eu faça mais simulações comentem abaixo que estarei atualizando o post.

Abraços! 

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