Livro: essencialismo - A disciplinada busca por menos

Capa
Hoje terminei de ler um dos livros que havia começado ano passado, aproveitando os dias de confinamento (COVID-19) pra concluir tarefas. Gostei do livro, o autor traz diversos insights e exemplos de como priorizar o que realmente é importante, manter o foco e como ser essencialista.

É uma leitura rápida, apesar que eu demorei pra terminar, mas é interessante ler aos poucos e tentar implementar algumas ideias no seu dia a dia. Eu me identifiquei como um não essencialista em diversas partes do livro, em poucas me identifiquei como essencialista, refletir sobre isso já me ajudou a tomar algumas decisões neste ano, já cancelei algumas atividades que estavam tomando muito do meu tempo e que não contribuíam ou contribuíam pouco para minhas metas.

Como exemplo, eu participava de um grupo de danças que tinha ensaio todo Domingo, e apresentações quase todos finais de semana, apesar de ser uma atividade muito prazerosa, essa atividade também trazia uma carga de stress, pois isso é um compromisso entre diversas pessoas e faltar, prejudica todo o grupo. Do lado positivo, passava muito tempo com amigos queridos e de certa forma exercitava o corpo com a dança, bom pra saúde. Ao mesmo tempo, eu disse SIM para um convite de ser diácono na comunidade em que participo, o que me trouxe um problema, em algumas ocasiões eu teria que faltar ensaios ou faltar cultos, pois horários coincidiriam.

Se eu tivesse refletido antes, ou tivesse lido este livro antes, eu deveria ter dito NÃO para o convite de ser diácono, mas sendo um não essencialista, achei que conseguiria conciliar as 2 coisas. Eu pensei que conseguiria dar conta de tudo, afinal, eu sempre fiz muitas coisas ao mesmo tempo em minha vida, ensino médio concomitante com técnico, trabalho de dia e serviços freelance a noite (faço até hoje), etc, e acabei dizendo que iria pensar, sendo que quando vi, já estava envolvido e participando, então aqui ficou uma lição, precisava/preciso aprender a dizer NÃO.

O final dessa história foi que, para conseguir fazer algo bem feito, decidi dizer NÃO ao grupo de dança, que apesar de colaborar com minhas metas na área da saúde, prejudicavam as metas na área da FÉ e FINANCEIRA, sair todos finais de semana também tem um custo muito alto. No fim podemos até dizer que Deus escreve certo por linhas tortas, sendo que esse SIM me obrigou a dizer um NÃO para algo que estava contribuindo pouco nos meus objetivos de vida.

Não foi uma decisão fácil, decisão essa que poderia ter sido evitada se eu já fosse um essencialista por natureza. Tomar uma decisão importante hoje te livra de centenas de decisões no futuro, ao dizer Sim para uma coisa, automaticamente você está dizendo Não para centenas de outras coisas que poderia estar fazendo com aquele tempo, saber escolher o que realmente importa é necessário. É semelhante ao conceito de Custo de Oportunidade, ao comprar um carro melhor, estamos deixando de receber juros sobre esse dinheiro que gastamos, ao escolhermos aplicar o dinheiro em um tipo de investimento, automaticamente estamos dizendo Não a todos os outros, e por aí vai.

Lembrar que um SIM é igual a muitos NÃO pode facilitar na hora de dizer um Não.

Vou citar aqui alguns trechos do livro que achei muito interessantes.

Sobre Escolher:
Tornar-se essencialista exige a conscientização da capacidade de escolher. Quando esquecemos que temos livre-arbítrio, aprendemos a impotência. Pouco a pouco permitimos que nosso poder no seja tirado até nos tornarmos um elemento da escolha dos outros - ou até das nossas escolhas passadas.[...] quando abrimos mão do nosso livre-arbítrio, damos aos outros o poder e também a permissão explícita de escolher por nós.
Basicamente, este é o meu caso, eu deixei os outros escolherem o que eu deveria fazer com o meu tempo, talvez por eu não saber o que é essencial para mim, eu aceitei quase tudo que me sugeriram, desde aceitar participar em diretorias de bairro, de escola, de igreja, etc sendo que a maioria não eram essenciais para mim e acabaram tomando muito do meu tempo. Lógico que todas as atividades nos trazem grandes aprendizados, além de que aprender com os erros é uma forma de crescer.


Se você não sabe o que quer, então qualquer coisa serve. Saber o que é essencial e ter objetivos na vida é o básico pra poder começar escolher e não deixar que os outros escolham por você, sem isso você acaba trabalhando para resolver os problemas dos outros.

Sobre Dormir:
O melhor patrimônio de que dispomos para dar nossa contribuição máxima ao mundo somos nós. Se não investimos em nós mesmos - em nossa mente, nosso corpo e nosso espírito - prejudicamos a nossa ferramenta mais eficiente e confiável. Uma das maneiras mais comuns de prejudicar esse patrimônio, principalmente no caso de pessoas ambiciosas e bem-sucedidas, é dormir pouco.
Eu fiz muito isso na época de estudante, estudava o dia inteiro, trabalhava a noite, e ainda tinha projetos pra concluir de madrugada e finais de semana, foi um tempo que dormi muito pouco, amadureci e aprendi muito, mas descuidei da saúde e em uma piscada sofri um acidente de carro que poderia ter sido fatal, aprendi a lição.

Descomprometer-se:
A influência dos custos perdidos é a tendência de continuar investindo tempo, dinheiro e energia numa proposta que sabemos ser malsucedida só porque já gastamos um valor impossível de ser ressarcido. Isso pode facilmente se transformar em um círculo vicioso: quanto mais investimentos, mais decidimos a ver se dá certo e se o investimento rende. Quanto mais investimos em algo, mais difícil é deixá-lo para lá. [...] isso explica o fato de continuarmos a assistir um filme horroroso só porque já pagamos pelo ingresso; por que continuamos a pôr dinheiro na reforma de uma casa que parece nunca terminar; ...
Eu adicionaria aqui que as vezes nos apegamos a alguns investimentos ruins, e ficamos com medo de assumir a perda, eu ainda estou desenvolvendo meu modelo de investimentos e fico na dúvida nessa questão, alguns autores defendem permanecer em uma empresa mesmo se ficar ruim, pra não perder a alta no caso dela ter um turnaround e voltar a ser boa, enquanto outros dizem que se a empresa ficar ruim o melhor é sair fora e comprar empresas boas que vão render muito mais enquanto a outra volta... aqui o autor do livro parece concordar com o segundo caso: ele sugere pensar o seguinte: se eu ainda não tivesse investido nessa empresa, hoje eu investiria? O essencialista fica satisfeito em reduzir perdas enquanto o não essencialista detesta admitir erros e pensa que uma hora vai dar certo. Eu realmente fico na dúvida com essas questões, pois há muita divergência de opinião nesse sentido.

Prevenir (margem de segurança):
Na realidade, vivemos num mundo imprevisível. Mesmo longe de acontecimentos extremos como a fome, enfrentamos constantemente o inesperado. Não sabemos se o trânsito estará bom ou se haverá engarrafamento. Não sabemos se o voo vai atrasar ou será cancelado. Não sabemos se amanhã escorregaremos na calçada e quebraremos o braço. Do mesmo modo, no trabalho, não sabemos se um fornecedor vai se atrasar, se um colega nos deixará na mão [...] a única coisa que podemos esperar é o inesperado. Portanto, podemos aguardar a dificuldade acontecer para só então reagir ou então nos preparar e nos prevenir, criando uma margem de segurança.
O essencialista prevê, planeja, prepara-se para várias contingências. Espera o inesperado, cria uma margem de segurança para lidar com imprevistos e tem espaço para manobra quando acontecem, como é inevitável. [...] Quando ganha um dinheirinho extra, o não essencialista tende a gastá-lo em vez de guardar para tempos difíceis.
Aqui acho que todos nós que investimos já temos familiaridade com o conceito, margem de segurança e reserva de emergência fazem parte do nosso cotidiano, mas sempre podemos usar isso em outras áreas da vida, como manter distância do carro da frente, acrescentar um tempo a mais no prazo previsto para entrega de algum trabalho, sair com antecedência para não se atrasar devido a um imprevisto (pneu, engarrafamento etc) etc.

O livro ainda cita diversos outros livros e exemplos, muitos que eu já tive o prazer de ler, e a  conclusão é que "menos é mais", frase já muito conhecida por todos, mas muito difícil de implementar. O texto ficou mais longo do que eu esperava, então abaixo uma imagem que resume o livro, que encontrei na internet.. ainda assim, sugiro que todos leiam.



Abraços e até o futuro!

6 comentários:

  1. Opa Bilionário,

    Valeu pela resenha, curto bastante quando o pessoal compartilha o que está lendo e a avaliação da obra.
    Aproveitando para dizer que te inclui na lista do meu projeto.
    http://monsterinvestimentos.blogspot.com/

    Abraço
    Monster

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    1. Olá Monster!

      Bem legal teu blog, adicionei por aqui também!

      Abraços

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  2. Fala, Bilionário. A parte de dizer NÃO é uma das mais complicadas, no início. Mas depois que compreende, é até fácil. Muito boa a sua relação do tema do livro com os investimentos. Realmente, se nos apegamos a um mau investimento, na torcida que ele vire um bom investimentos, poderemos perder muito mais do que $$. O simples, neste caso, é o melhor.
    Abraço!

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    1. É verdade, eu sinto muita dificuldade em dizer não, mas devagar a gente vai aprendendo. Abraços!!

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  3. Parece ser bem legal o livro Biolionário. Eu não tinha pensado dessa forma de essencialismo em escolher entre o sim e o não quando escrevi o artigo lá no VL. Vou procurar ele na net. Obrigado!

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